Sobre

A primeira vez em que uma câmera fotográfica cruzou meu caminho foi na festa de comemoração do meu aniversário de treze anos, quando a suspeita de que meu irmão mais velho - até então o fotógrafo oficial da família - tivesse surrupiado meu filme de trinta e seis poses, fez-me despertar durante a madrugada para checar a suposta ocorrência. Imediatamente, atravessei a sala e, com os olhos por saltar, abri o compartimento da câmera no qual o filme de rolo deveria estar. E lá estava ele! Como o havia deixado. Que alívio! No entanto, pouco restou da série de imagens que poderiam dizer sobre aquele dia tão especial, quando, num susto, a câmera fotográfica passou a fazer parte da minha, então, jovem vida. Tornei-me adulta. Interessei-me pela fotografia urbana, pela relação sujeito/cidade, o que me fez, no decorrer dos anos, expor no Goeth Institut, no Museu de Arte da Bahia e, mais recentemente e, também, coletivamente, nas galerias da Caixa Cultural de todo o Brasil, entre 2017 e 2018, como participante da "Segunda Mostra Bienal Caixa de Novos Artistas". Mas, neste processo de descobertas e experimentações dentro da produção artística da minha visão de mundo através da fotografia, fui atraída pela beleza e naturalidade dos pets, afinal, eles já faziam parte da minha história desde bem antes daquele meu primeiro encontro com a aquela caixinha escura que, desastrada, enchi de luz. Cada animal que fotografo, procuro focar na sua grandeza, para que ele não pareça um arremedo, um brinquedo do qual se possa, a qualquer momento, enjoar, mas que, em vez disso, que sua imagem diga de sua força e relevante presença na vida do seu tutor. Agora meu mundo está completo, com o sujeito, a cidade e o animal. Esta é a minha mais intrigante tarefa, mas também tenho outros prazerosos afazeres, sou mestra em Literatura e Cultura (UFBA) e empresária na área de decoração, isto há vinte anos. Não me faltam desafios e motivação para criar!